BRASÍLIA – O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou que a invasão às sedes dos três Poderes no Distrito Federal, ocorrida no dia 8 de janeiro, contou com a participação de generais e oficiais militares que traíram o Brasil e a Constituição.
A declaração do ministro ocorreu em entrevista concedida a um portal de notícias. Dino disse que pelas investigações, existiram três núcleos envolvidos nos atos do dia 8: financeiro, político e militar.
“Tivemos três vertentes que conduziram ao 8 de janeiro. O núcleo econômico, que não parece envolver grandes empresários. São empresários grandes em contextos regionais. O segundo núcleo é político e o mais notável e identificado é meu antecessor [Anderson Torres]. E tivemos em terceiro lugar o núcleo militar”, disse.
De acordo com o socialista, cerca de 100 militares já foram ouvidos e, à medida que a investigação avança, chega-se mais perto da responsabilização de generais.
“Perto de 100 militares já foram ouvidos. O nível hierárquico desses militares está subindo. Estou falando de generais, de oficiais, que traíram. São traidores do Brasil. Ficam dizendo que são patriotas, mas são traidores. Cantam o hino nacional, juraram defender a pátria, mas traíram a Constituição”, completou.
Caiu
Depois da divulgação das imagens, ele pediu demissão do cargo e deixou o governo petista.
A oposição pede a prisão do ex-ministro e fala em atuação do governo e conivência nos atos de depredação de patrimônio público.
Flávio Dino, por sua vez, afirma não acreditar que o pedido de demissão do ministro seja um atestado de culpa. Ele rechaça tese de que há armação do governo no 8 de janeiro.
Flávio Dino também afirma que com o avançar das investigações, novos responsáveis pelos atos de 8 de janeiro serão alcançados pela justiça.